8/16/2023

FÁBULAS


34 páginas ilustradas pxb pelo autor 
Ficha técnica
ISBN- 9788561997076
Ano de criação-20
Edição em papel 1ª -2023
Formato 29,6x21x0.5
N de pag72-
peso 126 gr

Valor impresso em papel R$-77.00 com entrega pelo Corrreios
Prazo médio de entrega 15 dias
São 21 fábulas para leitores acima de 12 anos de acordo com a classificação da bibliotecária Claudia Mezallira da Biblioteca de Gramado.

 

8/09/2020

Leia um trecho P.A.U.



Trecho


 quer deixar o homem falar? -reclamou Tenório Corazzi, que

ficara em silêncio até aquele momento - até porque nois temo

un comunicato a fazer a tuti quanti, qui.

-Fale compañero Tenório, a questão tem a haver com a

pauta da reunião?

-A questão tem haver com a pauta da reunião, com

relação ao fogo na porta da igreja.

-Botaram fogo, lá e não fomos nós.

-Companheiro Calecanto, ninguém o está acusando

-retrucou Ferronato.

-Estou registrando que não fomos nós porque sempre sou

acusato de tuto que havera em questa cidade. Se fossemos

nóis já teríamos assumido a autoria.

-Calecanto, quer deixar o companheiro Tenório parlare?

-Senhor, presidente, i testi che il condizione di autore de

questo incendio acceso a porta da chiesa io meu associato

qui da mio laterale il Petraglia.

-O quê? Vocês dois?

-Compañero presidente, compañero presidente, quero

registrar ahora, que embuste é outra cosa que não se pode

parlare em questa assembléia.

-Compañero Itivierria, o compañero não acredita no que

o compañero Tenório está dizendo?

-Não.

-Nem eu.

-Companheiros,vamos lachare lui parlare, como vamos

sabere la veritá se os companheiros ficarem desmentindo

antes dele nos parlare o que houve.

-Compañero presidente?

-Pois não, compañero Petraglia?

-Amico presidente, integrantes da questo assemblea del

movimento anarchico, qui presente, quero registrar que o

compañero Tenório parlou qui foi la veritá e, io e lui fizemos

fogo na porta da igreja. Foi questo que ocurrio.

-O compañero Petraglia a olvidado de parlare que com

questa atitude, tamos também nos separando desta cúpula

e fundando um nuevo partido, o Partido Anárquico Unido.

E gostaríamos de registrar em acta questa nuestra actitud.

-Compañero Petraglia e compañero Tenório Corazza,

vocês são integrantes honorários, nosso partido que é a nossa

herança, porque criar, agora, uma dissidência?

-Porque nói concordare con il amico Calecanto acceso

domanda da burocrazia interno, solo divergere con lui

acceso domanda da pratica. Arrivare di perdere pausa! Por

questo, in nome de nuestra dissidência do Partido Anarquista

Unificado tamos determinados a acabar com todos os

poderes constituídos, comprendente con stima qui da questo

assemblea, se necessário.

-O quê? -exclamou levantando-se, surpreso Calecanto,

contento, com a novedad de uma dissidência surgindo nos

seio do Movimento.

-Una dissidência! Finalmente! Meus pára-choques,

deixem-me abraçar vocês Petraglia e Corazza.

Ferronato que não gostara do que ouvia, reagiu

imediatamente:

-Ma companheiros, se partirmos para esta tendência

autofágica acabaremos por nos devorar a nós próprios,

precisamos ter um mínimo de unión.

-Conciliatore!

-O compañero presidente vai registrar em acta, a fundación

da dissidência ou não? - questionou Calecanto, com

um olhar...

8/07/2020

Um Homem Errado

 Leia um trecho do livro



Sinopse

Um matador é contratado para matar um casal, mas será que ele é o matador e o contrato é mesmo este? E, ele poderá cumprir o contrato? São 192 páginas de pura adrenalina de um tema presente na realidade deste país onde todos os atores são bem conhecidos.

Ficha técnica

ISBN-978856199083
Conclusão-2010
Edição 1ª em papel 2020
Número de páginas- 192
Peso 500 g
Formato papel- 14,9x21x2cm
Preço=R$65,00- 
Prazo de entrega pelos Correios- média15 dias-preço correio R$23,00(PAC)Rio Grande do Sul outras localidades consultar CEP
Solicitação email- celsoviola@gmail.com


-O caso é o seguinte, eu tenho uma fazenda, aqui na região, que é da família desde do tempo do meu bisavô. E agora, duns anos pra cá, surgiu um bando de vagabundos, os chamados sem-terra, que pra mim são é semvergonhos. Já invadiram duas vezes a minha fazenda, consegui reaver tendo que apelar pra justiça, a minha fazenda! A minha fazenda! Um absurdo, a fazenda é minha! - disse ele quase gritando - recorrendo na justiça, e agora, estão aí, chegando de novo pra estas bandas.

-A minha fazenda é a preferida deles. E o que acontece? Eles entram lá, bagunçam, vem a a polícia, não faz nada porque o governo é um bando de cagalhões, quem fica no prejuízo sou sempre eu. Dessa vez antes que eles cheguem resolvi reagir, me aconselhei daqui e dali e me disseram que lá, naquela cidade no Mato Grosso tinha uns caras que davam conta do serviço. Por isso tu tá aqui.

7/31/2020

Comprador de Impossibilidades

Livro infanto-juvenil


Fábula baseada em a Roupa nova do Rei com  de um rei que compra todos os absurdos que lhe oferecem.
 34 páginas ilustradas pelo autor e para ilustrar
Ficha técnica
ISBN- 9788561997076-6
Ano de criação-2005
Edição em papel 1ª em papel- 2020
Formato 29,6x21x0.5
N de páginas:Peso- 126 gr

Valor impresso em papel R$-77.00 com entrega pelo Corrreios
Prazo médio de entrega 15 dias

Leia trecho

A energia que move os Tapetes Voadores
“A energia que move os tepetes voadores,- dizia o manual-, é bem fácil de entender.Assim como uma pilha de lanterna, condensa energia num espaço limitado, os tapetes também, pois cada cor usada no tapete tem um volume,um comprimento de onda de energia que está confinada numa área limitada, assim basta acertar as cores usadas nos tapetes para que eles levantem voo”.
Como o manual não indicava a maneira de acertar essas cores para fazer um tapete voador e o rei deveria receber alguns tapetes importados, ele nem se importou com esse pequeno detalhe, pois os tapetes que ele comprara segundo o vendedor barbudinho, já vinham calibrados para o voo.

Texto Ópera do Avesso


Sobre o livro- Livro infanto juvenil
Ele foi escrito e ilustrado em 2010 e impresso em 2020.O texto refere-se a questões de ideias preconcebidas, educação e uma viagem em criatividade.As ilustrações são em preto e branco feitas com recortes
Ficha técnica

isbn-978-65-000-6038-6
Ano de criação- 2010
Ano publicação-2020
edicão 1'ª em papel
formato 29,6x21x 0.5
número de pag -34
peso 126 gr
Impresso em papel;RS 34,00
Com entrega pelos correios
prazo de entrega média 15 dias consultar CEP
 
Leia trecho

-Não me façam perder o meu tempo aqui com vocês. Estou educando vocês para serem grandes! Elefantes! Em vez que passar a vida inteira cegos, surdos e mudos, não os sendo e, mesmo se fossem, não existe deficiência, problema, carência, dificuldade que não possa ser superada com vontade e determinação. Cresçam enxergando, percebendo, sentindo a planície de cima, não por cima, de cima, repito, do alto, porque assim vão ter mais visibilidade. E não esqueçam: Elefantes não cabem dentro de chapéus. Mas, mesmo sendo grandes como elefantes, cuidado com as manadas! Evitem as manadas, as manadas não pensam, você aliena a sua individualidade para a manada.
Evitem as manadas!-advertia a professora.
As analogias da professora retonaram à memória do Maestro, que lembrou das análises criticas que ela fazia de diversos autores, incluindo Saint Exupery. Não poupava ninguém.
-Pensar é condição sinequanon do ser humano - ela afirmava- e parece que, também, de alguns macacos, ou micos. Só nós, na natureza, temos essa capacidade, qualquer outra afirmação sobre isso é besteira, penso logo existo, ou existo porque penso ou, pensar é isso ou aquilo...Pensar é uma condição da nossa natureza, é instrinsíca a ela, então, vamos exercê-la na plenitude.
-As pessoas sem imaginação gostam de colocar as outras dentro de compartimentos, sejam gavetas, caixas, costumes, hábitos, qualquer recipiente
que sirva para encarceirar e rotular. Isso é forma de domínio. O problema surge quando você faz isso consigo mesmo.Coloca um chapéu na cabeça e abandona o seu talento e suas crenças, por dinheiro, posição, sobrevivência, subservência, política, e por qualquer tipo de pressão ou bobagem, e deixa de ser o que é em essência.
-Vocês todos são pessoas essencialmente livres - dizia ela - e vocês mesmos estabelecem os laços que os podem prender. Tudo no mundo tem peso e uma medida e, é você que acrescenta ou diminui o peso e a medida que as coisas possuem.
-Vocês não são responsáveis por aquilo que cativam, mas apenas por aquilo que adquirem, ganham ou recebem, seja o que for, amor, afeto... com responsabilidade, no momento que entendam o significado dessa palavra. Até entender o que é responsabilidade, saber o que essa palavra significa, não podem ser responsáveis por nada. A função do cativo é ser cativo, então, ele vai exigir de você alimento, atenção, cuidado. E nem sempre o que você cativa ou prende, merece qualquer dessas coisas, sob pena de você estar alimentando um monstro que, mais cedo ou mais tarde, pode ficar maior e mais forte que você e vê-lo também como algo a ser preso e servir de alimento. Cuidado com as coisas, objetos, seres ou pessoas que cativa.

7/30/2020

Leia Capítulo do romance As Àguias Voam Sós



Na praia
Em um amplo quarto, fechado, com a luz acesa em plena tarde, sobre uma cama desfeita estão vários livros. No esplendor dos seus 21 anos, Adélia Weink, cabelos curtos, corpo moreno, perfeito, caminha nua pelo quarto, com uma mão segura uma maçã mordida e na outra um livro, que comenta em voz alta. Suando, parece um animal preso, enjaulado, rosto redondo, bonito, expressivo, decidido, estuda história e contra a vontade passa as férias com a família. Exigência materna e paterna, sob a ameaça de ter o dinheiro do final do mês suprimido.
Filha de fazendeiros tradicionais de Guaporé, Adélia, filha única do casal, não saíra exatamente como os pais desejavam, a começar pelo curso que escolhera. O pai queria que ela tivesse escolhido veterinária, assim, imaginava ele,ela encontraria um veterinário, casariam e iriam continuar a tradição da família voltada para criação de gado.
O verão era única oportunidade de estarem juntos. Depois que Adélia entrara na faculdade, começara a ter conflitos com a família e mantinha-se quase sempre que possível distante deles.
O verão transcorria para ela como um suplício. Enquanto as primas corriam de uma festa para outra, da praia para o colo dos namorados, ela fechada no quarto lia, estudava diversos autores. Agora devorava Regis Debray.
Leitura atormentada. Apressada. Interrompida por anotações, decisões. Discursos que fazia para si mesma, caminhando de um lado para outro .
- É preciso iniciar a luta armada, direta, sem escalas contra a burguesia e contra esse exército vassalo atrelado e subserviente ao imperialismo norte-americano. É preciso iniciar a luta armada. Vai ser esse ano,é necessário romper, vou romper com toda esta
21
esquerda reformista.
Nos almoços com a família, que era quando saia do quarto e se permitia ter um mínimo convívio com a família Adélia não partilhava dos assuntos da mesa, achava-os banais demais, infantis. Enquanto falava-se no verão, nas parentes e amigas que haviam ficado noivas, ou quem andava com quem, ela procurava fazer a sua refeição o mais rápido que conseguia, levantava e sumia sem dar uma palavra.
A mãe no alto dos seus noventa quilos, olhando para ela e com um certo ar de piedade disse:
-Você está tão branca minha filhinha, porque não vais à praia?
-Tia, eu já cansei de convidar Adélia, mas parece que ela não gosta de sol. Gosta de ficar trancada no quarto, lendo -observou a prima com um acento de deboche na frase, insinuando que Adélia fazia coisas estranhas no quarto, além de ler.
-Imbecis - pensou Adélia - vocês ficam aí, comendo preocupando-se com a cor da pele, enquanto há uma guerra no país, uma guerra que não aparece nos jornais que estão censurados, quando não estão coniventes. Os porões da ditadura repletos de prisioneiros, companheiros e amigos desaparecidos. Se eu não tomar uma atitude, acabo assim, burguesinha decadente que nem vocês, preocupadas com a cor da pele e os namoradinhos. Por que será que as pessoas mais próximas a nós não percebem quem é a gente de verdade? Elas falam de mim sem saber que tenho um coração, que quase me salta da boca de tanta indignação....E querem saber de mais uma coisa:
- Querem saber de uma coisa?Chega! -explodiu, levantando da mesa num ímpeto e apontando para as duas primas que comiam como se estivessem numa escola de etiqueta -ninguém me obriga a ouvir mais essas idiotas, duas burguesinhas perfumadas, vazias e inúteis. Não entendo como alguém pode levar uma vida assim como vocês, completamente inúteis, uma vida vazia, sem propósito, preocupadas apenas com sua aparência de vacas enfeitadas.
22
- Mas o que é isso minha filha? - perguntou a mãe assustada.
Todos na mesa paravam de comer.
-Essas duas cabeças ocas e vocês todos juntos, um bando de idiotas e tem mais uma coisa, vou arrumar as minhas malas e volto hoje para Porto Alegre, não fico mais nem um dia aqui! -afirmou, irritada, virou-se e saiu da mesa direto para o quarto disposta a ir embora o mais rápido possível.
Apesar do constrangimento criado por Adélia, na mesa, aos poucos o clima foi voltando ao normal, com as primas falando da roupa e do cabelo que sairiam à noite e a mãe lamentando que Adélia não fosse igual a elas, tão boazinhas, comportadas.
-Essa minha filha! Essa minha filha! Não me conformo. Pensei que nesse verão ela ficaria mais sossegada. Primeiro, foi aquele namorado, com aqueles cabelos enormes, um bigode que parecia de índio, estudante de botânica ou biologia, sei lá, metido a escritor, um vagabundo, agora política, política, como se tudo no mundo se resumisse a política.
-Calma, tiazinha, calma.
23
Aqui surge um novo personagem sem rosto, Abram Sherman. Se o leitor quiser poderá ignorar o que ele diz sem prejuízo nenhum para o romance. Ele escreve:
Descendente de Adam Kadmon, percorri várias existências que confundem-se com o tempo, da mesma maneira que o planeta percorrer a sua órbita. Num círculo idêntico ao da serpente que devora a própria cauda, habitei países tão diversos como a Mesopotâmia e o Baixo Egito. Esqueci meus outros nomes, rostos, depois de beber a água do rio Lates. Fazendo de meu nome uma metáfora, início dizendo que tenho 30 anos neste corpo que ora habito, quando reencontrei o caminho que conduz a quem procura Aquele cujo nome é impronunciável. Poucos sabem da terrível importância deste reencontro, para os que não sabem e desejam procurar digo apenas, que lembrem-se de quem eram antes de serem o que são e que se resolverem seguir nesta viagem a porta estará lá, sempre, basta bater e ela se abrirá, indiferente ao tempo e às condições que vivam a humanidade”.
Abram Sherman

6/11/2020

Skyquake: Fenômeno atmosférico ou trombetas do apocalise e/ou?

                  


O fato de ser escritor de ficção, jornalista de longa data e não trazer nenhum texto autenticado por um médium famoso ou possível desencarnado e ser autor de um modesto livro sobre os bardos e druídas  (O Livro Negros do Bardos, entre outros livros, é claro), e afirmar que, às vezes, recebo algumas informações que não estão disponíveis nos canais humanos usuais,contemporâneos, talvez, me absolva de tratar de um assunto tão estranho registrado e inexplicado, não apenas pela mídia convencional, mas gravados no mundo todo:os skayquake(Ruídos no céu ou terremotos no céu como são chamados em inglês).
E, o assunto é tão estranho que a onipresente Nasa já saiu explicando com sua autoridade espacial mundial:"São fenômenos atmosféricos". A Nasa diz e ficamos satisfeitos.Ficamos satisfeitos com todas as explicações simples que nos derem, 
Por outro lado,as denominadas autoridades eclesiásticas, não escutaram nada, naquele momento, estavam escutando outra coisa e assim, pastores, entre outros... 
Mas porque eles deveriam explicar a origem e a razão da existência destes sons? 
Que responsabilidade tem sobre estes sons,afinal? Ora, só porque estes sons vem do céu e ninguém os gera ou faz e, sons semelhantes são citados na Bíblia.
Então, deixem a Nasa dizer qualquer coisa, afinal o céu é administrado por ela, ela que explique.
Mas será isto ou só isso?
Vamos excluir a possibilidade de serem as trombetas do apocalipse citadas pelo Apóstolo João.
Até inventarmos um novo termo para estes sons, Trombetas é o melhor porque estes sons vem avisar sim, aos seres humanos que vivem nesta terra que eles vão receber visitas, ou seja, naquele local onde foram escutados estes sons não produzidos por seres humanos, deverão descer do céu, também, seres humanos que lá estavam e estarão aqui de visita por 36 horas, junto das pessoas que amaram para se despedir, pois estavam longe quando partiram, ou vem rever, falar, lembra-las que não há necessidade de sofrimento.
Já deve teve acontecido com você: Lembrar de uma pessoa querida que partiu sem se despedir e de repente,você lembra dela, de seu sorriso de uma frase, de alguma bobagem que fizeram juntos e você sorri.Fica feliz com a lembrança. Talvez, digo aqui, talvez, ela esteja ali do seu lado por estas 36 horas.
Para finalizar, digo apenas que o céu só tem um administrador se você não sabe quem é continue acreditando nas explicações mais simples ou naquelas que lhes convém.Esta aqui pode ser mais uma.


5/08/2020

Réquiem(requiem aeternan dona eis* )para um palhaço morto

Minha infância foi repleta de palhaços, eles estavam nos circos, nas revistas, no rádio, televisão, havia uma revista (gibi) dos palhaços Fred e Carequinha, este último foi um dos palhaços mais famosos do Brasil e atuou durante anos na sua profissão viveu 90 anos e,segundo consta, queria ser enterrado pintado pra, de acordo com ele, alegrar o outro lado. Como a família não respeitou o desejo, tenho certeza que ao chegar ali ( não é muito longe), foi imediatamente pra maquiagem e começar fazer palhaçadas.Alguém não acredita que isto não existe do outro lado? Garanto que sim,há o lugar dos palhaços onde as gargalhadas são infinitas.Não é brincadeira o que digo.Riam se não acreditarem numa verdade tão real como este mundo. Somos mal educados,nossos professores são ignorantes e acredito que são cegos instruindo cegos.Mas isto já é outro assunto.
Em cada circo que passava na cidade sempre havia o grupo de palhaços, eles sempre foram a alma do circo, que tinha outros profissionais,os desafiantes da morte,os domadores, mágicos, os acróbatas,mas eram os palhaços que derrubavam aquela seriedade toda.
 E, o personagem continua vivo até os dias de hoje,basicamente com a mesma função.Estes que citei eram palhaços tradicionais, com a pintura no rosto que esconde a face e surgiram na Comédia  Dell'arte lá pelo século 18, os bobos da corte,humoristas,os atores, palhaços sem a máscara sempre existiram. A arte, o humor acompanha o homem desde que se tem registro de seu caminho sobre a terra.Mostrando o ridículo das ações,a beleza, o amor, a estupidez e outros comportamentos desprezíveis, alguns pagaram com sua vida a ousadia ou critica, mas isto nunca os impediu de fazer.O valor deles é impossível de medir, porque falamos de arte, que sempre toca as pessoas, emociona, encanta, faz rir, chorar, ter medo, experimenta o amor,o desamor, e assim por diante nas emoções humanas.
 Fiz este introito pra falar de um ator que saiu daqui recentemente  (seu nome esta por aí, não há necessidade que o repita e seu nome, talvez, não seja tão importante como os papéis que representou e, não foi Shakespeare em Romeu e Julieta que perguntou: "o que importa um nome, acaso a rosa muda de perfume se trocarem seu nome?")que por anos trabalhou na televisão,teatro,cinema, ora fazendo papéis humorísticos, hora papéis sérios. Lembro de uma novela de grande audiência aonde ele interpretava um aposentado que não recebia sua aposentadoria (ou algo equivalente) e numa das falas reclamava:
-O Brasil está me devendo!
Provavelmente a fala havia sido escrita pelo autor da novela, mas ele deu um peso e carga dramática importante tornando crível o personagem. Era um ator,um"clow"um palhaço, palhaço triste, pesado como todos os palhaços tristes, conscientes de sua profissão e a exercem de forma critica,sem aquele "distanciamento brechetiano", ou seja, vestem o personagem da forma sugerido por Stanislavisk (quase como médium, incorporado no personagem).Nunca consegui rir de suas interpretações havia uma sombra nelas que mais incomodava do que proporcionava alegria, era um olhar forte sobre a realidade que não permitia concessões, podia-se perceber na sua expressão facial e corporal a gravidade de suas representações.Vi outra destas interpretações,onde ele retratava um ex-jogador de futebol que lamentava a decadência do seu corpo,interpretação forte, densa, se trabalhasse em outro país que desse valor maior a sua arte, certamente, seria premiado, talvez, isto fosse uma de suas queixas.O não reconhecimento verdadeiro à sua arte.
E la nave va e recebemos a notícia que o ator realizou seu último monólogo no qual entrega a sua vida para o que chamamos de morte acreditando que é o final da representação, neste mundo, sem imaginar que sai deste mundo para entrar em outro.Como não havia um roteirista e nem um bom diretor ele resolveu escrever e interpretar o monólogo sem nem um iluminador para dar luz a ribalta,um contrarregra para ajudar, ele mesmo abriu as cortinas, leu o texto que havia escrito e levou o ato até o fim, mas não sabia que no teatro como na vida que conhecemos nenhum ato termina sozinho, ele continua vivendo na cabeça de outras pessoas, através de imagens, repetições que prosseguem infinitamente e não acabam com o fechamento da cortina.
No monólogo que escreveu,parece que lamentava o pais e, como via de consequência, o mundo que viveu.
 Creio que aquela fala, lá atrás, "o Brasil me deve" repercutiu fundo em sua vida. Ele queria cobrar uma dívida inexistente, impagável, falando das pessoas e do mundo que encontrou e do qual saiu sem agradecer nada, nem as gentilezas, os aplausos, os sorrisos que provocou,o apreço por sua arte que certamente algumas vezes recebeu neste mundo repleto de ingratitudes, mas, maravilhoso em complexidade e beleza.
 Mas, ele não precisava mesmo agradecer, nós é que agradecemos por ter partilhado de seus personagens, da alegria que proporcionou para muitas pessoas, pela sua seriedade e pela reflexão, por sua arte que o consagrou e certamente será eterna. 



*Dai-lhe o repouso eterno".Com o auxílio do Dicionário Aurélio e wikipedia sobre Carequinha.